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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Travessia, a vida de Milton Nascimento

Um menino de 54 anos de olhos marejados no metrô de Brasília. Ele lê Travessia, a vida de Milton Nascimento, no caminho para o trabalho.

As lágrimas não são de tristeza, nem de felicidade. São da emoção de visitar o mundo de Milton, o mundo místico do sentimento.

Obrigado, Milton! Obrigado, Maria Dolores, por vibrar (com as estórias do artista) uma corda de eternidade no coração desse homem comum que segue sua morte cotidiana. 

Oh, mana, deixa eu ir
Oh, mana, eu vou só
Oh, mana, deixa eu ir
Para o Sertão do Caicó


domingo, 27 de maio de 2018

Vivendo e aprendendo a jogar

O mais triste nesse lance é que, depois que a bola bateu no pé do Benzema, o goleiro poderia ter corrido atrás dela para tentar evitar o gol. Mas ele ficou parado reclamando. Temos que tomar uma atitude mais prática diante da vida e seus problemas. Não é proibido reclamar. Depois de tentar evitar o gol, ele poderia tentar uma reclamação. Se não desse certo, paciência, absorver a pancada e se concentrar no jogo. Talvez não fosse possível evitar o gol. Mas o problema é desistir antes da hora, com a bola em jogo.



terça-feira, 1 de setembro de 2015

Notre voyage à Paris

Antes da viagem:

Passagens compradas com antecedências são garantia de bom preço, ou mesmo de ótima utilização dos seus pontos no Smiles ou no programa de sua companhia aérea.

Aluguei um excelente apartamento, La Maisonnete, na Rue Scipion, nº 3, em uma região não turística do Quartier Latin, mas a poucas estações de metrô do burburinho (île de la Cité, île Saint Louis, e proximidades).

Para mais informações sobre o apartamento que eu aluguei, acesse https://parisapartments.shutterfly.com/.




Mas, mesmo que você alugue outro apartamento ou escolha um hotel, observe se no quarto há estrutura (mesa, micro-ondas, louça) para você tomar café e cear. Um dos grandes prazeres da viagem a Paris é beber e comer na sua “casa” a comida, a baguete, o queijo, o doce, e os vinhos que você comprou na boulangerie, na pâtisserie e no mercado mais próximos.

Aliás, essa é a grande dica para quem quer fazer uma excelente viagem à Paris sem gastar muito dinheiro. Os restaurantes são bem caros. Mas no supermercado você encontra produtos de excelente qualidade muito mais barato do que no Brasil. Então faça as refeições mais caprichadas no apartamento e coma comida simples e gostosa (sanduíche, pizza, crepe, massa, omelete) fora de casa.

O mercado perto de casa
A padaria da esquina

Faltou foto das massas feitas no microondas com ementhal ralado













Não deixe de comprar antes de viajar o ingresso para o topo da Torre Eifell (Sommet) com hora marcada. Vá no site da torre (http://www.toureiffel.paris/fr/preparer-sa-visite/acheter-ses-billets.html), mas fique atento para a abertura das vendas para a sua data, pois a entrada com direito de acesso ao topo nos melhores horários (eu comprei o de 17:30) esgotam rapidamente. Se deixar para comprar os ingressos para a torre Eiffel na hora, as filas são imensas!

Também comprei com antecedência o ingresso para o Musée de Monmartre (http://www.museedemontmartre.fr/), para a Casa e Jardins de Monet em Giverny (http://fondation-monet.com/), e as passagens de trem para os bate-volta: Bruxelas, Reims e Vernon-Giverni no site da SNCF (http://www.voyages-sncf.com/). Os preços dos trens de alta velocidade (TGV) podem custar até metade se o bilhete for comprado com 2 a 3 meses de antecedência. As passagens de trem podem ser impressas em casa, sem necessidade de validar na estação: basta ir a sua plataforma e entrar no trem.

O meu site favorito para de dicas de viagem é o Viaje na viagem (http://www.viajenaviagem.com/destino/paris)

No aeroporto Charles de Gaule:

No quiosque de informações turísticas pode ser comprado o excelente Paris Museum Pass (acesso facilitado ao Louvre, D'Orsay, Picasso, Pompidou, Orangerie, Saint Chapele, Conciergerie, Arco do Triunfo, etc.) e a passagem do RER B para a cidade. Também comprei o Paris Visit para 5 dias na região 1, mas na maioria dos casos é mais negócio comprar o carnet dix voyages (que são dez passes de transporte com desconto).
Sobre o transporte público em Paris, visite o site da RATP (http://www.ratp.fr/fr/)

Album de fotos no Google Fotos:

sábado, 7 de março de 2015

As Aventuras de Pi, de Yann Martel

Acabei de ler A Vida de Pi (ou As Aventuras de Pi, por influência do título do filme no Brasil), de Yann Martel.

Piscine Molitor Patel (Pi Patel) conta duas histórias, uma fabulosa e outra verossímil: duas versões de sua sobrevivência no Pacífico em um bote salva-vidas depois do naufrágio do cargueiro TsimTsum.

A grande história do livro é a fábula. O outro relato, o "verdadeiro", tem um importante papel coadjuvante. Ele está ali para mostrar o contraste entre a crua realidade dos fatos, sem fermento, e o poder transformador das narrativas fabulosas.

O livro defende as grandes narrativas fabulosas, quer das religiões quer da literatura. Essas narrativas não estão aí para serem tomadas por fatos objetivos, como a narrativa que nossos sentidos faz da realidade. São mitos que existem para serem amados, vividos, abandonados e reinventados para, de repente, contaminar com sua magia a "realidade", enriquecendo-a de sentido.

Os sucessos conseguidos pela ciência, somados a uma má compreensão de como a ciência chegava a suas teorias, levou o homem moderno, a partir do século XVIII, a desconfiar de qualquer relato fantasioso, não compatível com a realidade observável. Estudiosos cristãos pensaram em produzir um novo testamento expurgando os milagres. Livros como As mil e uma noites foram considerados menores, infantis. Quem precisava continuar seguindo sua religião, começou a encarar seus mitos como relato literal da história, esvaziando-os de sua principal função metafórica.

Nada contra a literatura realista, mas em determinado momento somente o realismo era admitido. A fantasia era considerada ou infantil, ou contraproducente, ou mesmo perigosa.

Pi Patel sabe que não havia tigre de bengala, hiena nem ilha carnívora flutuante em sua aventura no Pacífico. Mas também sabe que a fábula que criou é a melhor história, e a mais verdadeira. A fábula é a história mais verdadeira, não porque reproduza os fatos com a fidelidade de uma câmera de vídeo, mas porque se aproxima da grandiosidade do sofrimento e do milagre que é a sua vida dentro do universo, explica e dá sentido ao seu minúsculo ser.

- Mas contar alguma coisa, usando as palavras, seja em inglês ou em japonês, já não é de certa forma uma invenção? O simples fato de olhar para esse mundo já não é de certa forma uma invenção?
- Hum...
- O mundo não é apenas do jeito que ele é. É também como nós o compreendemos, não é mesmo? E, ao compreender alguma coisa, trazemos alguma contribuição nossa, não é mesmo? Isso não faz da vida uma história?