Entrei na livraria pra espiar. Não queria comprar nada. Já tenho muitos livros, e um vasto programa de leitura que talvez possa cumprir se chegar bem aos noventa anos.
O primeiro livro que me chamou a atenção foi Invictus, de John Carlin. Tinha visto o filme, que narra uma história maravilhosa até então pouco conhecida. Seu lançamento antes da Copa do Mundo de Futebol atraiu de um jeito especial a atenção do público para a Copa e para a África do Sul. O que aconteceu na África do Sul é um exemplo e uma esperança para um mundo que vive tantos conflitos sangrentos comodamente tachados de insolúveis. Um mundo em que a intolerância é um virus presente em todos os lugares, não apenas naqueles em que suas manifestações são mais visíveis e mortais.
Por isso peguei o livro. Também por um motivo particular. O filme Invictos tinha me ensinado a história e me dado a exata noção da importância global daqueles acontecimentos. Mas, estranhamente, não foi um filme arrebatador. Daqueles que devastam todas as camadas do ego e me transportam para o centro dos acontecimentos. Não, assisti Invictos com um certo distanciamento. E o filme foi dirigido por Clint Eastwood, que já provocou aquele efeito arrebatador diversas vezes em mim (Menina de Ouro, Gran Torino, A Troca).
Então abri o livro e comecei a ler a introdução. A emoção foi quase imediata, mesmo em pé em uma livraria o distanciamento não durou até o fim do segundo parágrafo. Logo meus olhos se encheram de lágrimas e assim permaneceram até o fim da introdução. Terminada a introdução, me refiz e trouxe o livro pra ler em casa. Que programa de leitura que nada!
Nada melhor que um livro ou um filme que passa na frente de um outro de nossa "lista sem fim" só para nos surpreender!
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