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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Comer, Rezar, Amar

Ontem fui assistir ao filme Comer, Rezar, Amar. Não gostei muito; desconfio que o livro seja bem melhor. O que me chamou a atenção foi que o filme termina com a palavra travessia, em italiano (attraversare) e em inglês (cross over). A narrativa de Riobaldo no livro Grande Sertão: Veredas também se encerra com esta palavra, em um sentido muito próximo ao recebido em Comer, Rezar, Amar.

Riobaldo e Liz contam suas histórias com o objetivo de explorar os mistérios da vida, e terminam por escolher travessia como palavra símbolo. Gostamos, ou melhor, nos apegamos à margem, ao porto em que estamos, porque nos dá segurança. Mas não queremos ficar, desejamos partir, nos lançar no mar ou rio perigoso, atravessar até outro lugar, uma margem distante que mal conseguimos enxergar. O que nos mantém onde estamos é o medo. Até que a vontade supera o medo na coragem de partir. Mas nunca chegamos a este outro lugar desejado, chegamos sempre a lugares inesperados. A vida na realidade acontece neste movimento de busca, na travessia.

Travessia também é o título de uma música do Milton Nascimento e do Fernando Brant; mas neste caso sei que foi uma homenagem a Guimarães Rosa, segundo o relatado no excelente Sonhos Não Envelhecem, de Márcio Borges. Será que o livro Comer, Rezar, Amar também termina com a palavra travessia? Será coincidência ou uma referência ao livro de Guimarães Rosa? Qual será a última palavra da tradução italiana e da inglesa de Grande Sertão: Veredas?

Não deixe de visitar o livro Comer, Rezar, Amar no link do Google Livros

3 comentários:

  1. O seu layout do seu blog é igual ao meu! Levei um susto =)

    Desculpe...

    Gostei da matéria, parabéns =)

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  2. Não gostei do filme. O livro é muito bom!

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  3. Obrigado por comentar, Simone.
    Ainda não li o livro, só a parte que está disponível na Internet. 
    Mas vou ler com muita atenção. Além de bem escrito, acho que o livro faz muito sucesso porque fala da busca espiritual da escritora, que é comum a de nossa geração.
    Uma geração a qual foi dito que não havia nada além da realidade física e das conquistas individuais. 
    Uma geração que acreditou nisso e se achou muito esperta por "saber" isso. 
    Uma geração que correu atrás desse sucesso individual e real e, depois de conquistá-lo, ficou decepcionada. E, como a autora, inicia uma busca por realidades universais e inefáveis, como a reza e o amor, sem abdicar do físico, representado no livro pela comida. 

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