AVALIE, COMENTE, CRITIQUE; QUERO SABER SUA OPINIÃO

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Minha Viagem Insana

(história que participou de sorteio promovido pelo blog www.viajenaviagem.com)

A viagem insana que vou contar é de muito, muito tempo atrás. Do tempo em que, com 23 anos, eu ainda morava no Leblon com minha mãe e estava tentando descobrir o que fazer da vida. Mas não me esqueço dessa pequena viagem, porque durante toda a vida agradeço a Deus por ter chegado vivo em casa (num reboque, mas vivo, e sem um arranhão).

Naquela época, meus amigos de Niterói misturavam viagem, carro e bebida; uma mistura explosiva que era considerada muito natural e segura. Naquele fim de semana, precisamente em 11 de agosto de 1990, fomos comemorar o aniversário do Carlos no sítio da família do Binho em Silva Jardim. Lá fui eu, sábado de manhã, céu azul, no Voyage mal movido a álcool da família, com os faróis cegos que iluminavam apenas três metros de chão. Mas não tinha problema, eu ia dormir por lá – por causa do farol. Nem passava pela minha cabeça que beber e dirigir podia ser perigoso.

O churrasco era insano: uma quantidade absurda de cerveja para um punhado de carne dura que mal se viu. E no entanto todo mundo estava adorando. À noite alguém lembrou que tinha uma exposição agropecuária num povoado vizinho. Como eu era um dos mais bêbados, também fui um dos mais insanos: entrei no Voyage cegueta e convoquei todo mundo para ir à exposição, batendo com a mão na porta do carro pelo lado de fora.

Não me lembro como cheguei lá. Só lembro que, a certa altura, fui dormir um pouco no carro. Quando o Plínio, que estava de carona comigo, chegou pra dormir também, eu disse: Vambora pro Rio. Ele topou e eu fui. Pra chegar ao Rio a viagem foi mais longa e conturbada do que eu podia imaginar.

Me lembro de alguns flashes. O carro subindo em um canteiro na bifurcação da estrada; o Plínio acordando e dizendo “por aí não!”; e finalmente a batida direta, de frente, em uma árvore, sem frear…

Felizmente (para mim, não para a árvore), ela era fraquinha e voou, batendo no teto do carro, que parou logo adiante. Fiquei sóbrio na hora. Veio a polícia rodoviária, que ajudou a tirar o carro da pista e a chamar o reboque. Eu e o Plínio, que nem estávamos na estrada certa para voltar para o Rio, voltamos no carro do reboque. Entrei em casa na manhã de domingo, morrendo de vergonha, e falei muito sério pra minha mãe que tinha dormido no volante (mas desconfio que ela sabia que eu tinha voltado de uma viagem insana).

Nenhum comentário:

Postar um comentário