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domingo, 21 de março de 2010

PORQUÊ E COMO

“Quem tem por que viver suporta quase qualquer como” (Nietzsche)


É demasiado longo o sonho do qual só agora despertamos. Sonhamos que bastava fazer progredir as condições sócio-econômicas de uma pessoa para que tudo caminhasse bem, para que ela ficasse feliz. A verdade é que a luta pela sobrevivência não se acaba, e ponto. De repente brota a pergunta: “Sobreviver? Mas pra quê?” Em nossos dias um número cada vez maior de indivíduos dispõe de recursos para viver, mas não de um sentido pelo qual viver.
(Viktor Emil Frankl)

Foi desprezado ou esquecido que, se uma pessoa chegou a colocar as bases do sentido que procurava, então está pronta a sofrer, a oferecer sacrifícios, a dar até, se necessário, a própria vida por amor daquele sentido. Ao contrário, se não existir algum sentido para seu viver, uma pessoa tende a tirar-se a vida e está pronta para fazê-lo mesmo que todas as suas necessidades sob qualquer aspecto estejam satisfeitas.
(Viktor Emil Frankl)

A busca do indivíduo por um sentido é a motivação primária em sua vida.
(Viktor Emil Frankl)

Considero perigosa e errônea a noção de higiene mental que pressupõe que a pessoa necessita em primeiro lugar de equilíbrio, ou, como se diz na biologia, de “homeostase”, ou seja, de um estado livre de tensão. O que o ser humano realmente precisa não é um estado livre de tensões, mas antes a busca e a luta por um objetivo que valha a pena, uma tarefa escolhida livremente.
(Viktor Emil Frankl)

Uma vez que cada situação na vida constitui um desafio para a pessoa e lhe apresenta um problema para resolver, pode-se, a rigor, inverter a questão pelo sentido da vida. Em última análise, a pessoa não deveria perguntar qual o sentido da sua vida, mas antes deve reconhecer que é ela que está sendo indagada. Em suma, cada pessoa é questionada pela vida; e ela somente pode responder à vida respondendo por sua própria vida; à vida ela somente pode responder sendo responsável.
(Viktor Emil Frankl)

Quem ousará prever o comportamento de uma pessoa? Pode-se predizer os movimentos de uma máquina, de um autômato; mais do que isso, pode-se tentar predizer até mesmo os mecanismos ou dinamismos da psique humana; mas o ser humano é mais do que psique.
(Viktor Emil Frankl)

A teoria que a procriação é o único sentido para a vida contradiz e derrota a si própria; se a vida for em si sem sentido, não poderá fazer-se significativa apenas por sua perpetuação.
(Viktor Emil Frankl)

Fica perdido o significado do mundo no modo como ele é descrito pelas ciências. O que, entretanto, não implica que o mundo seja sem significado, mas apenas que a ciência é cega com relação a isso. O sentido está fora do campo perceptivo da ciência. Ele não é descrito por nenhum enfoque científico.
(Viktor Emil Frankl)

Ao iniciarmos nossa discussão sobre o sentido na acepção da logoterapia, já mencionamos que o sentido se refere ao sentido concreto de uma situação com a qual uma pessoa igualmente concreta é confrontada. Além disso, existe logicamente um sentido último, mais amplo. Porém, quanto mais amplo for o sentido, menos compreensível será. Trata-se do sentido do todo, do sentido da vida como um todo. E acredito não ser digno de um psiquiatra, ou de qualquer cientista, negar de antemão a simples possibilidade de um tal sentido universal com base em pressupostos apriorísticos ou doutrinações ideológicas.
(Viktor Emil Frankl)

De fato, é impossível descobrir apenas pelo intelecto se, em última análise, tudo é desprovido de sentido ou se existe um sentido encoberto por trás de tudo. Embora não haja uma resposta intelectual a essa pergunta, é possível assumir diante dela uma decisão existencial. Diante do fato de que é igualmente concebível que tudo tenha um sentido, e que tudo seja desprovido de sentido, ou seja, que os argumentos pró ou contra um último sentido se mantenham equilibrados nos pratos da balança, podemos jogar o peso de nosso próprio ser no prato a favor do sentido, decidindo-nos por uma das duas possibilidades de pensamento. Confrontado com essas duas possibilidades de pensamento, a pessoa que crê num sentido diz o seu fiat ou "amém". "Assim seja, faço a opção por agir 'como se' a vida tivesse um 'supra-sentido'." E com isso acaba se cristalizando uma verdadeira definição: A fé não é uma maneira de pensar da qual se subtraiu a realidade, mas uma maneira de pensar à qual se acrescentou a existencialidade do pensador.
(Viktor Emil Frankl)

O arquivo eterno [do passado] não pode ser perdido – o que é um conforto e uma esperança. Mas também não pode ser corrigido – o que é um alerta e uma advertência. Adverte-nos que, uma vez que nada pode ser removido do passado, com maior razão é dever nosso salvar as possibilidades que escolhemos, remetendo-as para o passado. (...) Se cada coisa fica para sempre armazenada no passado, é importante decidir no presente o que queremos eternizar levando-a a fazer parte do passado. (...) Este é o segredo da criatividade: nós removemos alguma coisa do nada do futuro “transformando-a em passado”. A responsabilidade humana, portanto, está no “ativismo do futuro”, no saber escolher as possibilidades do futuro, e no “otimismo do passado”, isto é, transformando as possibilidades em realidades, pondo-as a salvo no abrigo do passado.
(Viktor Emil Frankl)

Citações retiradas dos livros de Viktor Emil Frankl: Em Busca de Sentido; Psicoterapia e Humanismo; e A Presença Ignorada de Deus.
A forma foi inspirada em O Livro das Citações, de Eduardo Giannetti.

(Texto de julho de 2008)

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